Depoimentos - Revista CLAUDIA

Achei esses depoimentos de algumas mulheres sobre o parto.
Veja como é interessante a diferença do depoimento da mãe que teve parto normal/natural e das que fizeram cirurgia cesariana!




Paz e magia tomam tomam conta da gente

Isabel Fillardis, atriz, mãe de Analuz e de Jamal

Quando senti dores horrorosas e só pedi a anestesia no final. Na hora em que o médico disse é agora, me veio uma felicidade enorme de poder ver como ela era, e isso me deu força. A saída do bebê é como uma descarga elétrica muito forte. O coração dispara, eu ri e chorei. Depois vem uma paz e a magia toda do nascimento toma conta da gente. Na segunda gravidez, foi tudo diferente. Descobri que tinha contraído o citomegalovírus, o que poderia significar complicações para o bebê. Foi uma gravidez marcada por exames. Optamos por uma cesárea, e foi tudo tenso: me lembro da dor da anestesia, do corte e, sobretudo, não tive o prazer de sentir meu filho saindo... O sofrimento só passou quando o Jamal veio, ainda na mesa de parto, para o meu colo. Que alívio e agradecimento por tudo estar bem!






Tocou Mozart NA SALA DE PARTO

 Carla Camurati, atriz e diretora, mãe de Antônio

Planejei muito o nascimen-to do meu filho. Combinei com meu obstetra e com o neonatologista que, mesmo que fosse uma cesárea, toda conduta violenta seria evitada, da luz forte aos cuidados com o bebê. E foi cesárea, mas no clima que eu so-nhei... Tocou Mozart na sala de parto. O Antônio não tomou banho imediatamente ao nascer eu queria que ele ficasse comigo, sentindo o mínimo de dor com nossa separação. Quando vi o bebê deitado no meu seio, foi emoção demais... Meus braços, meio dormentes, me fizeram me sentir insegura de ficar com o Antônio... O João (Jardim, o marido) então o pegou e seguiu com ele para o berçário. E permaneceu lá o tempo inteiro, até poderem voltar juntos para perto de mim. Não queria que o Antônio ficasse sozinho por nada.






Escolhi a cesárea e não me arrependo

Daniela Kyrillos, esteticista, mãe de Danilo


Escolhi a cesárea e não me arrependo. Quando fiquei grávida, imaginei que quisesse um parto normal. Sou meio natureba faço meditação, só como alimentos naturais e combinaria com esse meu lado. Mas tenho também um lado bem prático e o medo de sentir dor me fez optar pela cesárea. A decisão, porém, só veio na sala de pré-parto. A dilatação não estava aumentando e a médica explicou que poderia tanto induzir o parto normal como fazer uma cesárea. Fiquei alguns minutos sozinha com outra parturiente que já tinha dois filhos e me disse: "Parto normal é coisa de animal. Cesárea é rápida e não dói". A dor. Esse era meu medo. Então me decidi pela cesárea e faria tudo de novo. Em 20 minutos, havia acabado!
O ruim foi a peridural, que não permte os movimentos das pernas. Me lembro do corte na barriga e tudo. Mas me acalmei ao ver o Joca, meu namorado, ao meu lado. A médica tirou o bebê e me deixou vê-lo. Não senti vontade de chorar nem uma explosão de emoção. Estava meio assustada. Só de manhã, quando o Danilo veio para o quarto, é que vivi a emoção de ser mãe. A enfermeira trouxe o bebê e fiquei sem saber o que fazer. Em seguida, tirei o sutiã, aproximei o seio e... ele mamou. Torci para que ninguém chegasse naquele instante maravilhoso.






Fiquei de joelhos e a Catarina saiu

Clarah Averbuck, escritora, mãe de Catarina



Foi no dia mais frio do ano. Quando deitei na cama, escutei um ploc. Era o barulho da bolsa rompendo. Liguei para minha enfermeira, que chegou uma hora depois. Doía muito. Eu gritava, mas era instinto, se ficasse parada, seria pior. Tentava me manter calma e pensar que era natural, era só meu filho nascendo, eu não ia rasgar ao meio nem morrer de dor. Aliás, pedra no rim dói mais do que parto – posso garantir, porque já passei pelas duas coisas. Assim que o filho nasce, a dor cessa.
Na hora de o bebê sair, fiquei de joelhos. Foi muito rápido: primeiro veio um tufinho de cabelos e, na contração seguinte, ela já estava ali na cama, toda roxinha, dando umas resmungadinhas, que não chegavam a ser choro. Correu tudo bem. Se tivesse alguma complicação, teria ido para a Santa Casa, que fica a cinco minutos do nosso apartamento. Mas em apenas três horas e meia a Catarina nasceu. Não levei pontos, não tomei anestesia, não estava dopada e me lembro de cada detalhe. Tudo que usamos foi uma bolsa de água quente para aliviar as dores das contrações e lençóis limpos. Nunca vou me esquecer de como foi bom ter ela finalmente conosco, dormindo em nossa cama, toda amassadinha e linda. Se tiver outro filho, faço assim de novo.





Senti direitinho a passagem

Maria Ribeiro, 24 anos, atriz, mãe de João, 1 ano e 1 mês

Um parto normal sempre fez parte do histórico familiar e era o que eu queria. Senti dor, sim, mas acima da dor tive a consciência de estar vivendo algo muito especial. Agüentei retardar a anestesia sabia que cedo demais ela pode interferir. O João estava com o cordão em volta do pescoço e ainda não tinha descido de vez, mas o obstetra manteve a decisão de fazer o parto normal, só que com fórceps. Senti direitinho a passagem e, subitamente, meu bebê se tornou real. Você está grávida, faz ultra-som, monta o quarto, mas até então o bebê ainda é uma abstração. Quis pegar o João, deixei-o mamar. Em seguida, fui tomada pelo cansaço e adormeci. Outra sensação forte foi o encontro com minha família ao sair do centro cirúrgico. Era como retornar de uma longa viagem: ver as pessoas concretizou para mim que eu tinha vivido uma experiência única na vida de uma mulher e transformadora. Passei a ver minha mãe com outros olhos.
Chorei diversas vezes ao longo daquele primeiro dia. Você se vê diante da grande contradição de ser mãe fazer desse ser alguém independente, mas querer que ele seja, sempre, ligado a você. O Paulo (Betti, o marido) filmou todo o parto. Revendo o filme, observo a sala, o médico, o sangue... Visto assim, o parto é uma batalha, mas na minha percepção foi tudo sublime.





Me senti muito poderosa

 Debora Regina Magalhães Diniz, 28 anos, professora, mãe de Pedro Gabriel, 1 ano e 1 mês



Queria muito um parto normal e fiz de tudo para tê-lo: mudei de médico, hospital, fiz acompanhamento com uma doula. Mas, com 34 semanas, o ultra-som mostrou que o bebê estava sentado indicação de cesárea na certa. Comecei a tomar homeopatia, fazer exercícios e promessas. Como último recurso, na 39a semana de gestação passei por uma tentativa frustrada de reverter o bebê com um obstetra habilitado na técnica. Mas nada! O médico, vendo minha decepção, me disse: "Calma! Ainda é possível ter um parto normal". Agarrei aquela esperança e troquei de obstetra de novo... Bolamos toda uma estratégia para eu não ser encaminhada para uma cesárea ao entrar no hospital. Deu certo.
Tive dor, sim, cheguei a gritar por anestesia, mas abraçava meu marido, a doula e resisti. Me lembro do momento em que meu corpo começou a tremer. Senti um calor inexplicável, uma energia que fluía entre as pernas. O Pedro saiu... Primeiro houve silêncio e, então, escutei o chorinho. Todos ficamos com lágrimas nos olhos. Havia no olhar do Marcos (o marido) um brilho que jamais esquecerei. Colocaram o bebê sobre mim e ele me olhou com aquela cara linda, toda enrugada... Me senti a mulher mais poderosa do mundo. Ter um filho foi algo sagrado. Nós, mulheres, somos abençoadas.

 

PARIR É COISA DE ANIMAL SIM!!
E NÓS SOMOS ANIMAIS!!
POR ISSO É NATURAL, POR ISSO DEVEMOS PARIR!!

 


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